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Gente que inspira

Longe de resumir a trajetória e as contribuições de nomes importantes para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, a lista a seguir reúne nomes que foram pioneiros em suas atividades e ações, ou cuja atuação é um exemplo de resistência contra todo tipo de opressão e em favor da diversidade. Gente que inspira pela persistência. Gente que resolveu existir, apesar de tudo, e lutar por direitos. Confira a nossa seleção:

Viola Davis

   Primeira negra a vencer o Emmy de melhor atriz da categoria “série dramática” na história da premiação. Seu discurso de agradecimento foi imbuído de solidariedade ao lembrar de outras atrizes negras e da dificuldade de se encontrar bons papéis: “(...) a única coisa que separa as mulheres de cor de qualquer outra pessoa é oportunidade. Você não pode ganhar um Emmy por papéis que simplesmente não existem. Então aqui está para todos os escritores, o pessoal maravilhoso (…) que redefiniu o que significa ser bonito, ser sexy, ser uma mulher protagonista, ser negra”.

 

   Este ano, Viola ganhou o Oscar de melhor atriz coadjuvante pela interpretação arrebatadora em “Um limite entre nós”. Em discurso, foi às lágrimas ao lembrar de sua trajetória e de tantos outros artistas que não conseguiram reconhecimento: “Há apenas um lugar onde as pessoas com muito potencial se reúnem e esse lugar é o cemitério. As pessoas me perguntam o tempo todo que tipo de história eu quero contar. Eu digo que é necessário exumar esses corpos, essas histórias, as pessoas que sonharam, sonhos grandes. Eu me tornei uma artista, graças a Deus, porque é a única profissão que celebra o que é viver uma vida.”

Abdias Nascimento

   Neto de uma escrava, dona Ismênia, Abdias nasceu em uma família negra e pobre de Franca, interior de São Paulo. Ele carregou na pele e em toda a sua trajetória de vida a herança que ser negro no Brasil representa. Sofreu com o racismo em locais de trabalho e ao longo das atividades que desenvolveu, mas não esmoreceu. Inseriu seu nome na história ao se tornar o primeiro afrodescendente a assumir o cargo de deputado federal, quando se elegeu para o posto pelo Rio de Janeiro. Foi professor visitante em universidades dos Estados Unidos e Nigéria, elegeu-se deputado e senador com a bandeira contra a discriminação racial, conseguindo, por exemplo, oficializar o 20 de novembro como Dia da Consciência Negra, além de apresentar projetos de lei que caracterizam o racismo como crime.

   Apaixonado por arte, especialmente pelo teatro, fez desse palco um ato político enquanto existiu. Considerado um dos maiores expoentes da cultura negra no Brasil e no mundo, fundou entidades pioneiras como o Teatro Experimental do Negro (TEN), o Museu da Arte Negra (MAN) e o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (IPEAFRO). Foi um idealizador do Memorial Zumbi e do Movimento Negro Unificado (MNU) e atuou em movimentos nacionais e internacionais como a Frente Negra Brasileira, a Negritude e o Pan-Africanismo.

 A virada foi em uma viagem para Lima, capital do Peru, quando percebeu a ausência de atores negros no espetáculo. Até os papéis para eles eram feitos por atores brancos, que se pintavam para interpretar personagens de pele escura. Fundou assim o Teatro Experimental do Negro, montando e encenando peças de sucesso como a montagem do escritor norte-americano Eugene O’Neill, apesar das críticas racistas de parte da imprensa que negava a existência de racismo no Brasil e não via necessidade de um teatro do “negro”.

 

   Em 2004, sua luta pelos direitos civis do povo negro e sua verdadeira inclusão na sociedade foi reconhecida pela UNESCO ao receber o Prêmio Toussaint Louverture pelos Extraordinários Serviços Prestados à Luta contra a Discriminação Racial, na sede da instituição em Paris.

   Uma das principais lideranças do movimento negro, a socióloga Luiza Helena foi ministra da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial, entre 2010 e 2014. Luiza trabalhou em programas das Nações Unidas contra o racismo em 2001 e em 2005. Entre 2003 a 2005, integrou o Ministério do Governo Britânico para o Desenvolvimento Internacional (DFID), na pré-implementação do Programa de Combate ao Racismo Institucional para os Estados de Pernambuco e Bahia. A ex-ministra, que morreu em 2016 vítima de câncer, era bacharel em Administração Pública e Administração de Empresas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mestre em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia e doutora em Sociologia pela Michigan State University.

Luiza Helena de Bairros

Joaquim Barbosa

   O mineiro Joaquim Barbosa tem origem humilde. Primeiro filho, de oito irmãos, ele nasceu em uma família com poucos recursos financeiros, sendo a mãe dona de casa e o pai pedreiro. Saiu de Minas Gerais aos 16 anos rumo à Brasília com a intenção de tentar a vida. Com muito estudo, conseguiu construir um currículo em que acumula Mestrado e Doutorado em Direito Público pela Universidade de Paris, além de falar fluentemente quatro idiomas.  

 

   Foi procurador da República e ministro do Supremo Tribunal Federal, sendo o primeiro negro a assumir o posto de presidente do Supremo. Apesar de todo esforço e determinação para chegar ao lugar de destaque em que se encontra, ele já foi vítima de racismo pelos colegas, e enfrentava a situação com orgulho de sua identidade e trajetória. Quando ainda era ministro, proferiu a célebre sentença: “Alguns brasileiros não negros se acham no direito de tomar certas liberdades com os negros. Você já percebeu que eu não permito isso, né?”.

Índia Tuíra

   Em 1989, a imagem de Takaktô Tuíra Caiapó Tuíra correu o mundo. Em uma audiência pública no município de Altamira (PA), ela se aproximou do engenheiro José Muniz, então presidente da Eletronorte, encostou o facão e falou das ameaças e impactos da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. O gesto de bravura ajudou a paralisar o projeto e fez o Banco Mundial suspender o financiamento das obras. Anos depois, um grupo liderado por ela tentaria novamente impedir o avanço da usina, sem sucesso.

   Naquele ato de protesto contra Kararaô, como era chamada pelos indígenas, Tuíra defendia sua história, a vida de seu povo. Queria proteger o Xingu da ameaça que Belo Monte representava. Era mais uma batalha na guerra travada por gerações entre os sabres da floresta e o progresso que atropela conhecimentos antigos e ameaça um modo de existir cada vez mais ameaçado. Tuíra e o povo da floresta estavam certos, o tempo confirmou que Kararaô afogaria seus filhos.

Jean Wyllys

   Jean é reconhecido pela atuação em defesa dos direitos humanos. Eleito deputado federal pelo PSOL-RJ está presente em ações de combate à homofobia, intolerância e fundamentalismo religiosos, discriminação contra o povo de santo, exploração sexual de crianças e adolescentes, e de violência contra a mulher.

    Foi um dos autores dos Projetos de Leis, que dentre outros objetivos, visavam a revogação de determinados artigos do Código Civil que regulamentavam o casamento, para que houvesse o reconhecimento do casamento civil e da união estável entre pessoas do mesmo sexo (PL 5120/2013) e a regulação da atividade dos profissionais do sexo (PL 4211/2012). Em 2004, Wyllys participou da criação do curso de pós-graduação em Jornalismo e Direitos Humanos da Universidade Jorge Amado, em Salvador, na Bahia.

 Professor universitário e pesquisador brasileiro, Jean foi eleito três vezes seguidas como o melhor deputado pelo Prêmio Congresso em Foco. Ele integra a lista das 50 personalidades mundiais na defesa da diversidade pela revista inglesa The Economist, ao lado de nomes como Dalai Lama e Barack Obama.

Harvey Milk

   Ativista gay, Milk foi o primeiro homossexual declarado a ser eleito para um cargo público na Califórnia, como membro da Câmara de Supervisores de São Francisco. Ele encabeçou a aprovação do projeto de lei que bania a discriminação por orientação sexual. E saiu novamente em defesa da comunidade gay quando, em 1978, surgiu em cena a Lei Iniciativa Briggs. A lei proposta tornaria obrigatória a demissão de professores gays e de qualquer empregado de escola pública que apoiasse os direitos dos gays, sob a justificativa de que abusariam de crianças e queriam recrutá-las. Milk fez campanha contra o projeto e apresentava em entrevistas e debates estatísticas policiais de que a maior incidência de abusadores estava entre heterossexuais.

   Em 27 de novembro de 1978, Milk e o prefeito George Moscone foram assassinados por Dan White, outro supervisor da cidade, que tinha recentemente renunciado, mas desejava seu posto de volta Sua trajetória inspirou o filme Milk, cujo protagonista foi vivido pelo ator Sean Penn, venceu o Oscar nas categorias de melhor ator e roteiro.

Maria da Penha

   Ela tem nome de lei e guarda no corpo as marcas de uma luta pela própria vida. Maria batalhou por duas décadas para que seu agressor fosse preso. Farmacêutica cearense, Maria da Penha era casada com o professor universitário Marco Viveros. Em 1983, ele tentou assassiná-la com um tiro nas costas enquanto Maria dormia. A polícia foi chamada e ele alegou que a família havia sofrido uma tentativa de assalto. Ela ficou paraplégica. Depois de passar quatro meses no hospital e realizar inúmeras cirurgias, Maria voltou para casa, ocasião em que o marido tentou eletrocutá-la durante o banho.

  Maria pôde sair de casa graças a uma ordem judicial e iniciou uma árdua batalha para que seu agressor fosse condenado. Entre julgamentos, lentidão e anulação de julgamentos, 15 anos se passaram e a justiça brasileira não decidia o caso, obrigando Maria a ver em liberdade o homem que tentava assassiná-la. Com as pressões de órgãos internacionais e a ajuda de ONGs, Maria conseguiu enviar o caso para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (OEA), que, pela primeira vez, acatou uma denúncia de violência doméstica. Viveiro só foi preso em 2002, para cumprir apenas dois anos de prisão. 

 O Brasil foi condenado por negligência e omissão em relação à violência doméstica. Uma das punições foi a recomendações para que fosse criada uma legislação adequada a esse tipo de violência. Era o começo da formatação da Lei 11.340/06, sancionada em setembro de 2006 fazendo com que a violência contra a mulher deixe de ser tratada como um crime de menor potencial ofensivo, além de englobar violência física e sexual, também a violência psicológica, a violência patrimonial e o assédio moral. Maria da Penha se tornou símbolo da luta por respeito e dignidade. Ela deu voz a milhares de mulheres silenciadas pela naturalização da violência física, psicológica e simbólica em uma sociedade que se recusa a debater o machismo presente nas relações sociais e familiares, em que persiste a crença de que o corpo e a vida de uma mulher são objeto de domínio masculino.

Petronilha Beatriz G. e Silva

   Petronilha é uma educadora brasileira. Doutora em Ciências Humanas e mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ela é autora da tese “Educação e identidade dos negros trabalhadores rurais do Limoeiro", defendida em 1987. Ela buscou, nessa obra, captar a maneira de vivenciar o mundo, isto é de se educar, própria de uma comunidade de negros trabalhadores rurais do Limoeiro/RS. Dezoito anos depois, a tese serviu como documento para o reconhecimento da comunidade do Limoeiro como quilombo.

   Indicada pelo movimento negro, ela passou a atuar como conselheira da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação entre os anos 2002 e 2006. Nesta condição, foi relatora do Parecer CNE/CP 3/2004 que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Etnicorraciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana e participou da relatoria do Parecer CNE/CP 3/2005 relativo às diretrizes curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia.

Maria Aparecida Santos C. Barreto

   Graduada em Pedagogia, com mestrado em Educação Especial e doutorado em Educação, Maria Aparecida Santos Corrêa Barreto foi uma educadora atuante na área de pesquisa em educação especial de relações etnicorraciais. Ela foi diretora do Centro de Educação da Ufes, integrando a linha de pesquisa Diversidade e Práticas Educacionais Inclusivas, do Programa de Pós-Graduação em Educação. Também coordenou o Consórcio Nacional dos Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros (Conneabs), e o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da Ufes (Neab). 

 Assumiu a vice-reitoria da Ufes em abril de 2012. Na pós-graduação em Educação, atuava na linha de pesquisa “Diversidades e práticas educacionais inclusivas”.

 Dedicou-se a investigar as características dos estudantes beneficiados pelas políticas de assistência estudantil e ações afirmativas e, por outro lado, a preparação institucional da Ufes para atender essas demandas. Cida, como era chamada pelos colegas e alunos, morreu em 2013, em decorrência de uma hepatite fulminante.

Zélia Amador

   Zélia é um dos principais nomes do movimento negro na Amazônia e atuante na fundação do Centro de Estudos e Defesa do Negro no Pará (Cedenpa), nos anos 80. O Cedenpa se configura como importante espaço de luta e articulação de políticas públicas de combate ao racismo e em defesa dos direitos do povo negro.

  Doutora em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e coordenadora do Grupo de Trabalhos Afro-Amazônicos, Zélia integrou em 1996 o Grupo Interministerial de Valorização da População Negra (GTI), criado pelo presidente Fernando Henrique, para debater e criar políticas públicas que proporcionam conquistas sociais ao negro. Ela foi uma das quatro mulheres que integraram o GTI como representante da Região Norte e do Cedenpa. O grupo concebeu o primeiro conceito de políticas de ações afirmativas para combater a discriminação e os efeitos negativos acumulados ao longo da história da população negra.

Ruth de Souza

   Fez história em sua estreia como primeira atriz negra a se apresentar no Teatro Municipal do Rio, em O Imperador Jones, de Eugene O´ Neill. Sua desenvoltura como atriz repercussão de seu talento mister abrem caminho para o artista negro no Brasil. Deixou sua marca também na televisão, ao integrar o elenco da TV Globo onde se tornou a primeira negra a protagonizar uma novela: A Cabana do Pai Tomás.

Nilma Gomes 

  Primeira mulher negra do Brasil a comandar uma universidade pública federal, Nilma é pedagoga e atuante na luta contra o racismo no Brasil, defendendo a necessidade de se debater essa pauta da sociedade brasileira. “O racismo brasileiro tem uma peculiaridade: a ambiguidade. É um fenômeno que se afirma através da sua própria negação. Quanto mais se nega a existência do racismo no Brasil, mas esse racismo se propaga”, disse em entrevista ao site Agência Brasil em 2015.

   Quando foi conselheira do Conselho Nacional de Educação, emitiu um parecer polêmico pedindo o banimento da obra “Caçadas de Pedrinho”, de Monteiro Lobato, utilizada em escolas do Distrito Federal. De acordo com o documento, o texto de Lobato apresenta conteúdo racista, por causa da imagem estereotipada em relação ao povo negro.

   Doutora em Antropologia Social/USP e pós-doutora em Sociologia/Universidade de Coimbra, Nilma Ministra de Estado no comando da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República e no comando do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos (2015-2016).

Luislinda Dias de Valois Santos

  Jurista e política brasileira, Luislinda é atual Ministra dos Direitos Humanos do Brasil. Neta de um escravo, ela ouviu de um professor que estudar não era coisa de negro. O caso aconteceu quando ele solicitou a compra de material de desenho e, ao ver as condições precárias do material comprado pelo pai de Luislinda, destilou: “Menina, deixe de estudar e vá aprender a fazer feijoada na casa dos brancos”. Ela chorou, mas teria respondido: “Vou é ser juíza e lhe prender”.

  Luislinda se tornou juíza em 1984 e passou a adotar o uso de colares de candomblé em suas audiências, demarcando sua identidade e raízes africanas com orgulho e resistência. Foi autora da primeira sentença de condenação por racismo no país, em 1993. Em 2003, criou o projeto "Balcão de Justiça e Cidadania", para resolução de conflitos em áreas pobres de Salvador.

Bertha Lutz

  A garantia do direito ao voto para as mulheres no Brasil e a luta pela emancipação feminina são fruto da atuação de personagens como Bertha Lutz. Ela foi uma das pioneiras do movimento feminista no país e responsável por leis que deram direitos políticos às mulheres. E o pioneirismo está no sobrenome da família; seu pai, o sanitarista Adolfo Lutz foi um dos primeiros cientistas a estudar tópicos de medicina tropical.

  Bertha nasceu em São Paulo, mas foi completar aos estudos na Europa durante a adolescência. No Velho Continente, teve contato com os movimentos sufragistas que pulsavam em cidades como Londres e traria as experiências de lá para o território brasileiro. Quando retornou à terra natal, Bertha estava formada em Ciências Naturais pela Universidade de Sorbonne e iria trabalhar no Museu Nacional, como a segunda mulher no serviço público brasileiro.

  Uma das mais importantes vitórias, conseguida pela articulação de Bertha, veio por meio do Decreto nº 21.076, de 24 de fevereiro de 1932, do presidente Getúlio Vargas. O decreto garantiu o direito de voto feminino no País. Dois anos depois, Bertha participou do comitê elaborador da Constituição (1934) e garantiu às mulheres a igualdade de direitos políticos. A cientista morreu em 1972, no Rio de Janeiro, aos 84 anos, com uma vida dedicada à ciência e à militância política.

Carlos Moore

   Carlos Moore é um escritor, pesquisador e cientista social dedicado ao registro da história e da cultura negra. É conhecido internacionalmente pela luta contra o racismo, pelo panafricanismo e por ter escrito a biografia autorizada do cantor, saxofonista e ativista nigeriano Fela Kuti:"Fela, Esta vida Puta".

   Viveu em Cuba até os 15 anos e mudou-se para Nova Iorque, Estados Unidos, em 1958. Conheceu Maya Angelou, com quem aprendeu muito sobre justiça racial e o pensamento intelectual negro. Depois de ser preso algumas vezes, deixa a ilha em 1963, rumo à França.

  Ao longo de sua carreira como militante, esteve ao lado de Malcolm XCheikh Anta DiopAimé CésaireStokely CarmichaelLelia GonzalezWalterio CarbonellAbdias NascimentoHarold Cruse, Alex Haley. Desde 2000, vive no Brasil com a família, aproveitando para escrever suas memórias e conhecer mais da cultura latino-americana.


Kabengele Munanga

Kabengele Munanga é um antropólogo e professor brasileiro-congolês. Aos dez anos, ele deixou a aldeia para estudar em outras cidades, em escolas coloniais católicas. Em 1964 ingressou no curso de Ciências Sociais da Universidade Oficial do Congo, em Lubumbashi, inscrevendo-se dois anos depois no recém-criado curso de Antropologia. Ao terminar a graduação, foi convidado para fazer mestrado na Universidade de Louvain, na Bélgica. Kabengele voltou ao Congo para terminar sua tese, mas não pode concluí-la; o domínio político da ditadura da recém-criada República do Zaire sobre a universidade o impediu. Chegou ao Brasil por convite do professor Fernando Mourão, da Universidade de São Paulo, onde terminou seu doutorado e retornou ao Congo. Em 1980 estabeleceu-se no Brasil, para assumir a cadeira de Antropologia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

 É especialista em antropologia da população afro-brasileira, atentando-se a questão do racismo na sociedade brasileira. É doutor em Antropologia pela Universidade de São Paulo (1977).

Paulino Cardoso

Atuante no Movimento Negro no Brasil, Paulino é graduado em História pela Universidade Federal de Santa Catarina, mestrado e doutorado em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Atualmente é professor associado da Universidade do Estado de Santa Catarina. Coordena o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da UDESC.  Foi presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN).

Por: Colunista Eliane Brum (ADAPTADO). Via El País.

Crédito das Fotos:

Viola Davis > Getty Images
Abdias Nascimento > Ricardo Stuckert/Agência Brasil

Luiza Helena de Bairros > Reprodução/Facebook

Joaquim Barbosahttp://blogdopco.com.br/jogo-aberto-441/

Índia Tuíra > Flávio Rodrigues/CPDoc JB
Jean Wyllys > Agência Brasil

Harvey Milk http://www.politico.com/magazine/story/2015/02/harvey-milks-first-crusade-dog-poop-114811

Maria da Penha > Flavio Rodrigues/Agência Brasil
Petronilha Beatrizhttps://arts.stanford.edu/event/ricsre-seminar-series-petronilha-beatriz-goncalves-e-silva/
Maria Aparecida Barreto > Ascom/Ufes
Zélia Amador > Google Images
Ruth de Souza > Acervo da Atriz
Nilma Gomes > Júnior Panela/Divulgação
Luislinda de Valois > Geprge Gianni/Divulgação
Bertha Lutz > Acervo O Globo
Carlos Moorehttp://www.portalafricas.com.br/v1/

Kabengele Munanga > https://www.google.com.br/imghp?hl=pt-PT

Paulino Cardoso > https://www.cartacapital.com.br/

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